O precursor do processo de ocupação do Brasil central, no século XVII, foi o interesse por ouro e pedras preciosas. Pequenos povoados, de importância expressiva, foram sendo formados na região que vai de Cuiabá a oeste do triângulo mineiro, e ao norte da região dos cerrados, nos estados de Tocantins e Maranhão.
O bioma Cerrado é residência de, aproximadamente, 40 grupos étnicos (cerca de 45 mil índios) dentre os quais representantes dos Xavantes, Xerentes, Krahôs, Bororos, Karajás, Kayapós, Canelas, Avá-Canoeiros, Tapuyas. Os grupos Avá-Canoeiros, Tapuyas e Karajás, encontram-se em alto risco de extinção.
Assiste-se, a partir de 1930 - com a política de integração do governo Vargas - à ocupação do Cerrado Goiano como uma prioridade nacional, inserida num projeto que, no âmbito regional, buscava articular as regiões produtivas e, no âmbito nacional, buscava adequar o país a um novo ritmo de produção capitalista. Sendo assim, a apropriação e ocupação do Cerrado, neste período, dá-se de maneira planejada e com interesses e funções políticas e econômicas bastante definidas. Era o Brasil integrando o sertão ao litoral, através da Marcha para o Oeste. Era a possibilidade de modernização de Goiás, que poderia sair do “adormecimento” e tornar-se o “coração do Brasil”.
Para que esse projeto se viabilizasse, inúmeros foram os recursos usados. Desde acordos políticos, econômicos a campanhas publicitárias que tinham como objetivo difundir a necessidade de modernização. O novo era o caminho. Para isso, nada melhor que um projeto arrojado e moderno que vislumbr asse a integração e o desenvolvimento.
Essas transformações, que tiveram como objetivo principal tornar o Cerrado produtivo e lucrativo, alteraram de forma significativa a configuração socioespacial do território goiano.
A figura abaixo evidencia a extensão do bioma Cerrado anterior à fragmentação e posteriormente uma imagem de 2002 evidenciando o desmatamento e a fragmentação deste bioma.
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