quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Série Ocupação do Bioma Cerrado:1
O precursor do processo de ocupação do Brasil central, no século XVII, foi o interesse por ouro e pedras preciosas. Pequenos povoados, de importância expressiva, foram sendo formados na região que vai de Cuiabá a oeste do triângulo mineiro, e ao norte da região dos cerrados, nos estados de Tocantins e Maranhão.
O bioma Cerrado é residência de, aproximadamente, 40 grupos étnicos (cerca de 45 mil índios) dentre os quais representantes dos Xavantes, Xerentes, Krahôs, Bororos, Karajás, Kayapós, Canelas, Avá-Canoeiros, Tapuyas. Os grupos Avá-Canoeiros, Tapuyas e Karajás, encontram-se em alto risco de extinção.
Assiste-se, a partir de 1930 - com a política de integração do governo Vargas - à ocupação do Cerrado Goiano como uma prioridade nacional, inserida num projeto que, no âmbito regional, buscava articular as regiões produtivas e, no âmbito nacional, buscava adequar o país a um novo ritmo de produção capitalista. Sendo assim, a apropriação e ocupação do Cerrado, neste período, dá-se de maneira planejada e com interesses e funções políticas e econômicas bastante definidas. Era o Brasil integrando o sertão ao litoral, através da Marcha para o Oeste. Era a possibilidade de modernização de Goiás, que poderia sair do “adormecimento” e tornar-se o “coração do Brasil”.
Para que esse projeto se viabilizasse, inúmeros foram os recursos usados. Desde acordos políticos, econômicos a campanhas publicitárias que tinham como objetivo difundir a necessidade de modernização. O novo era o caminho. Para isso, nada melhor que um projeto arrojado e moderno que vislumbr asse a integração e o desenvolvimento.
Essas transformações, que tiveram como objetivo principal tornar o Cerrado produtivo e lucrativo, alteraram de forma significativa a configuração socioespacial do território goiano.
A figura abaixo evidencia a extensão do bioma Cerrado anterior à fragmentação e posteriormente uma imagem de 2002 evidenciando o desmatamento e a fragmentação deste bioma.
Distribuição do Cerrado no Brasil
O Cerrado é a segunda maior região biogeográfica do Brasil, se estende por 25% do território nacional, cerca de 200 milhões de hectares, englobando 12 estados. Sua área "core", ou nuclear, ocupa toda a área do Brasil central.
O Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul, ocupando uma área de 2.036.448 km2, cerca de 22% do território nacional. A sua área contínua incide sobre os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos encraves no Amapá, Roraima e Amazonas. Neste espaço territorial encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata), o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. Podem ser encontradas ainda manchas de Cerrado incrustadas na região da caatinga, floresta atlântica e floresta amazônica. Prolongações da área "core" do cerrado, denominadas áreas marginais, estendem-se, em direção ao norte do país, alcançando fragmentos desta vegetação, formando as áreas disjuntas do cerrado, que ocupam um quinto do estado de São Paulo, e os estados de Rondônia e Amapá.
Devido à sua localização, o Cerrado compartilha espécimes com a maioria dos biomas brasileiros. Devido a esse fato, possui uma biodiversidade comparável à da Floresta Amazônica.
Até hoje, foram registradas cerca de 10.000 variedades de plantas, 800 de aves e mamíferos de médio e grande porte do Cerrado. E não é apenas fauna e flora que estão ameaçadas. Em três ordens de insetos - boboletas e mariposas; abelhas e vespas; formigas e cupins - o número de espécies estimado é de 14.425. Além disso, o grau de endemismo é significativo. Mais de 40% das lenhosas e metade das espécies de abelhas de todo o mundo só existem no Cerrado.
Série Conceitos e Definições: 2 Cerrado stricto - sensu (sentido restrito)
É a vegetação característica do cerrado, composta por exemplares arbustivo-arbóreos, de caules e galhos grossos e retorcidos, distribuídos de forma ligeiramente esparsa, intercalados por uma cobertura de ervas, gramíneas e espécies semi-arbustivas.
Série Conceitos e Definições: 1
No Brasil, o Cerrado ocupa quase 2 milhões de km2. No caminho há canelas de ema e ipês floridos, além milhares de espécies que cobrem um solo onde nascem os principais córregos e nascentes que refluem para todo o Brasil. O Cerrado é um manancial em todos os sentidos.
O bioma engloba 1/3 da biota brasileira e 5% da flora e fauna mundiais. É caracterizada por uma vegetação savanícola tropical composta, principalmente de gramíneas, arbustos e árvores esparsas, que dão origem a variados tipos fisionômicos, caracterizados pela heterogeneidade de sua distribuição.
Muitos autores aceitam a hipótese do que a formação do Cerrado foi parte de uma grande mudança evolutiva devido à sua vegetação com marcantes característica adaptativas a ambientes áridos, folhas largas, espessas e pilosas e caule extremamente suberizado. A a vegetação do Cerrado situa-se em regiões com precipitação média anula de 1500 mm, estações bem definidas, em média com 6 meses de seca, solos extremamente ácidos, profundos, com deficiência nutricional e alto teor de alumínio.
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Série Unidades de Conservação: 1
O Parque Nacional das Emas (PNE) possui uma área de 131.800 ha. e está localizado no extremo sudoeste do estado de Goiás, próximo às divisas com o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Representa uma das mais importantes Unidades de Conservação do Cerrado devido à sua extensão e integridade de habitats, riqueza faunística e presença de espécies raras e ameaçadas de extinção, sendo que foi recentemente incluído nas Ações prioritárias para Conservação da Biodiversidade do Cerrado e Pantanal (MMA, 1999) como área de importância biológica extremamente alta.
Série animais em extinção: 1
Tamanduá- bandeira * espécie ameaçada
Nome científico: Myrmecophaga tridactyla
Onde vive: florestas, savanas e cerrados das Américas do Sul e Central
Quanto pesa: Até 29 kg
Filhotes: 1 por gestação
É cauteloso, pacífico e solitário. Defende-se com as fortes garras das patas dianteiras. O tamanduá bandeira passeia calma e tranqüilamente com seu longo focinho cônico voltado para o chão. Seu olfato bem desenvolvido vai levá-lo fielmente ao alvo: formigas. Uma vez encontrado o formigueiro, o tamanduá cava a terra com suas fortes garras e mete o focinho no buraco. Sua língua pegajosa, de mais de meio metro de comprimento, explora as galerias do formigueiro. Depois de pegar um número grande de formigas, o tamanduá recolhe a língua. Come 30 mil insetos por dia. Seu principal alimento são as formigas, os cupins e larvas. Come também vermes e pequenas centopéias.Mede até 120 centímetros mais de 90 centímetros de cauda. Sobe bem nas árvores e é capaz de nadar. O tamanduá não possui dentes, caça de dia nos campos cerrados e nas florestas da América Central e do Sul, desde a Guatemala até a Argentina. Quando próximo das cidades, ele sai principalmente à noite. Na primavera, a fêmea dá à luz um filhote que carrega nas costas até cerca de um ano de idade.A média de vida é de 15 anos.
"Ode ao Cerrado"
"O cerrado é milagre
(e também é pedaço do Planeta
que desaparece)
abraço meu irmão pequizeiro.
Ando de mãos dadas
Com minha irmã sucupira.
Meu pai jatobá sorri.
Mãe peroba não diz nada,
Apenas sente.
Minhas amigas abelhas
são filhas das flores.
Agora prepare seu coração:
Correntão vai passar e levar tudo:
Ninho de passarinho rasteiro também.
Depois do correntão
Brotou o que tinha que brotar,
Mas já era tarde.
Faca fina cortou raiz pela raiz.
Aí não brotou mais nada.
Aliás, brotou coisa melhor:
Soja, verdinha, verdinha
Que beleza, diziam.
Olhe bem os cerrados
da próxima vez.
Rastejar por entre cupins
E capins
E sentir o cheiro do anoitecer.
Antes de terminar pergunto:
Quem vai pagar a conta
De tanta destruição?
“tudo bem, daqui a 100 anos
estaremos todos mortos”
disse alguém.
Certo, estaremos todos mortos.
Mas nossos netos não.
O cerrado é milagre,
Minha gente."
Como se fosse um prefácio - Nikolaus Von Behr
(e também é pedaço do Planeta
que desaparece)
abraço meu irmão pequizeiro.
Ando de mãos dadas
Com minha irmã sucupira.
Meu pai jatobá sorri.
Mãe peroba não diz nada,
Apenas sente.
Minhas amigas abelhas
são filhas das flores.
Agora prepare seu coração:
Correntão vai passar e levar tudo:
Ninho de passarinho rasteiro também.
Depois do correntão
Brotou o que tinha que brotar,
Mas já era tarde.
Faca fina cortou raiz pela raiz.
Aí não brotou mais nada.
Aliás, brotou coisa melhor:
Soja, verdinha, verdinha
Que beleza, diziam.
Olhe bem os cerrados
da próxima vez.
Rastejar por entre cupins
E capins
E sentir o cheiro do anoitecer.
Antes de terminar pergunto:
Quem vai pagar a conta
De tanta destruição?
“tudo bem, daqui a 100 anos
estaremos todos mortos”
disse alguém.
Certo, estaremos todos mortos.
Mas nossos netos não.
O cerrado é milagre,
Minha gente."
Como se fosse um prefácio - Nikolaus Von Behr
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